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03/07/2014

Por que eu já fui?


Todo mundo tem um motivo para viajar.
Visitar um parente, recarregar as energias, fechar um negócio, dar a volta ao mundo.
O meu motivo é me reencontrar. Mas essa possibilidade só é plenamente compreendida por quem viaja.
Por isso, nem sempre foi esse o motivo que eu dei quando questionada sobre o porquê das minhas viagens. "O intercâmbio é valorizado no mercado de trabalho", "uma experiência no exterior destacará o meu currículo", "fazer apenas um intercâmbio não é um diferencial, por isso farei mais dois" e por aí vai. Todos motivos verdadeiros, mas incompletos. Ao mesmo tempo, são mais facilmente aceitos.

É complicado admitir que estamos desnorteados, e que precisamos reencontrar nosso caminho e reformular nossos objetivos. Ao dizer que a viagem é  uma forma de reencontro, ela pode ser interpretada como uma forma de fugir de nossas responsabilidades. Não ligo mais para isso e volto a dizer: quem viaja entende.

Minha maior transformação é a de que viajei publicitária e retornei empreendedora. Redescobri características e sonhos que inconscientemente lutava por reprimir para que eu pudesse me adequar ao que eu considerava ideal. Ainda considero que o caminho eu aspirava é ideal, apenas não é mais para mim.

Não me envergonho de dizer, no entanto, que às vezes tenho dúvidas sobre o caminho que eu resolvi seguir. Será que empreender foi realmente a escolha certa? Será que lá na frente eu não vou me arrepender? Mas eis que nesta semana voltei a me deparar com o famoso discurso de Steve Jobs na Universidade de Stanford em 2005, quando ele disse:
“Você não pode ligar os pontos olhando adiante. Você só pode conectá-los olhando para trás. Então você precisa acreditar que, de alguma forma, esses pontos irão se conectar no futuro. Você precisa acreditar em algo – seu Deus, destino, vida, karma, o que for. Porque acreditar que os pontos vão se ligar em um momento vai te dar confiança para seguir seu coração, mesmo que te leve para um caminho diferente do previsto, e isso fará toda a diferença.”

Isso me fez olhar para trás e refletir sobre os pontos que se conectaram para que eu chegasse até aqui, e vejo que não teria sido diferente. Estou onde deveria estar com base no que construí no passado. O que virá é impossível prever. Dependerá de mim, de minhas escolhas e de minhas ações.

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