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20/11/2014

Já fui para a Austrália

Sabe quando você gosta tanto de um lugar que nunca se cansa de voltar? Pois é, a Já fui gostou tanto da última viagem para a Austrália que decidiu ir atrás do olhar de mais um viajante! Confere aí:

1 - Quem é você?
Eu sou Lucas Moura, tenho 24 anos, moro em Ponta Grossa, Paraná, estou no último ano de Engenharia de Produção em Controle e Automação. Entre outras coisas que já fiz na vida, vivi em Sydney, Austrália, onde estudei, trabalhei, viajei e fiz trabalho voluntário durante um ano, de 2012 a 2013. Basicamente as mesmas coisas que faço há um bom tempo no Brasil, mas dessa vez em um mundo completamente diferente do meu que me transformou para sempre.

2 - Por que você viaja?
Para aprender sobre o mundo e sobre mim e evoluir.

3 - Por que você escolheu a Austrália?
Acho que foi a Austrália que me escolheu. Eu fazia um trabalho de pesquisa científica na minha universidade e um dia meu orientador ofereceu me indicar para uma bolsa de estudos na Universidade de Sydney, onde eu cursaria disciplinas e continuaria fazendo pesquisas na área (fotônica, mais especificamente fibras ópticas). Eu não pensei duas vezes antes de aceitar.
Ainda assim, se eu tivesse escolhido, acho que teria sido a escolha perfeita. Quando eu teria outra oportunidade de morar na Austrália por um ano?
Minha sugestão àqueles que têm a chance de morar no exterior para estudar é que escolham os países mais improváveis. Nós sabemos muito sobre Europa e Estados Unidos, que também devem ser destinos incríveis, mas eventualmente vamos conhecer esses lugares seja a trabalho ou lazer. Viajar para o Oriente, por outro lado, pode ser uma oportunidade única de conhecer de perto as culturas que mais se distanciam da nossa (ou ao menos assim pensamos).


4 - Qual a maior dificuldade que você teve durante a sua viagem?
Com certeza foram os primeiros meses. Para mim foi o pior período porque eu ainda estava me adaptando e me sentia muito sozinho mesmo quando estava com outras pessoas. Não é fácil sair da sua zona de conforto e acho que estar sozinho em outro País é uma das formas mais radicais de se fazer isso.

5 - O que você mais gostou?
Não consigo citar uma coisa específica que eu tenha gostado mais. Foram muitas coisas boas que eu guardo com carinho.
Respondendo uma pergunta que pode estar na cabeça de quem está lendo: a Austrália é incrível, quase tudo que falam sobre o País é verdade, mas o fato de lá ser muito desenvolvido não foi o que mais me impressionou. Dizer que na Austrália tudo funciona é um argumento tão preguiçoso e injusto quanto dizer que no Brasil nada funciona. Não é assim que eu penso.
Esse ano fora foi a prova de que é possível ser feliz ou infeliz independente se o País onde você está é ultra desenvolvido ou ainda em desenvolvimento. Felicidade não está nisso.
Aprendi e senti na pele que a única coisa que vai definir de fato se eu estou feliz ou infeliz é a minha atitude frente às coisas. Sozinho em outro País você está fisicamente longe de todas as suas referências de felicidade e de coisas que te fazem bem. É preciso aprender a parar, olhar bem fundo dentro de si e se reinventar.  Uma vida nova pede um significado novo para o que é felicidade e acho que é assim que a gente cresce.
Entender isso é o que eu mais gostei no meu ano de Austrália. Sinto muita gratidão.


6 - O que você não imaginava que iria encontrar/acontecer neste país, mas você encontrou/aconteceu?
Não esperava encontrar TANTOS alunos internacionais. Grande parte dos universitários na Austrália vem de outros Países, principalmente asiáticos.

7 - E quanto à cultura, foi difícil de se acostumar?
Não foi. Não sofri choque cultural, mas vários fatores bem particulares contribuíram pra isso, então não garanto que o mesmo vá acontecer a outras pessoas.
Por exemplo, eu morei com pessoas de dezenas de nacionalidades, todos no mesmo contexto de experiência internacional. Na universidade, mesma coisa, muita diversidade. Eu sempre morei no centro comercial de Sydney, sendo que a maioria dos australianos nativos reside nos “suburbs”, na periferia, então não tive tanto contato com australianos fora do ambiente de trabalho.

8 - Como são as pessoas?
A simpatia das pessoas me surpreendeu positivamente. Ao pedir informações na rua, por exemplo, as pessoas sempre foram muito educadas e prestativas. Sydney é muito urbana, turística e culturalmente diversa, o centro da cidade é um formigueiro e a população mais jovem está totalmente acostumada com estrangeiros entre seus círculo de amigos.


9 - Você já viajou para outros lugares dentro deste país? Alguma sugestão? Você tem algo fora dos roteiros tradicionais para sugerir?
Sim, visitei Melbourne e recomendo muito. Numa próxima oportunidade, agora que já experimentei Sydney, escolheria Melbourne com certeza. A cidade é linda e é nítido como eles valorizam e produzem cultura lá.

10 - É um lugar fácil para alguém que não conhece se achar?
Com certeza. A sinalização é muito boa e o Google Maps cobre praticamente toda a Austrália com precisão. E é curioso como, ao me dar informações, as pessoas na rua sempre usaram o GPS do celular ao invés de simplesmente dizer que não sabiam onde o lugar ficava.

11 - Você teve alguma surpresa em relação ao país? Algo que tu sempre achou que fosse de um jeito e quando chegou lá viu que era de outro?
Na verdade não. Talvez a resposta à pergunta 6 também se aplique aqui, mas pesquisei bastante sobre a Austrália antes de ir e eles tem uma cultura bem “ocidental”, se é que posso usar esse termo, então não houve grandes surpresas. Novamente, eu morei no centro de Sydney, que é super cosmopolita, e viajei pouco dentro do País, o que pode ter influenciado bastante minhas impressões.


12 - Você tem alguma sugestão de livros/filmes para quem pensa em viajar para a este país?
Sim. Minha sugestão é o documentário “Happy” (http://vimeo.com/93854208) e ele não tem nada a ver com a Austrália, mas tem a ver com a felicidade genuína. Ele mostra pessoas das mais diversas partes do mundo e nos mais diferentes contextos socioeconômicos e que se consideram plenamente felizes. E, acredite, a felicidade não está nos salários ou no IDH dos Países onde elas vivem, no emprego que elas tem ou em quão seguro são os seus bairros.
Porque estar feliz é necessário pra onde quer que viajemos e o potencial pra felicidade está em nós. Eu espero que vocês viajem muito e sejam felizes nos mais diferentes cenários.

13 - O que você precisou para viajar para a Austrália?
Quando viajei fui com visto de estudante com validade de seis meses. Além de todos os comprovantes de matrícula e das atividades que eu desempenharia na Austrália, precisei comprovar que tinha seguro-saúde (que a própria Universidade de Sydney providenciou como parte da matrícula) e vacina contra febre-amarela.
Um detalhe importante é que antes de embarcar é preciso ir ao posto da Polícia Federal no aeroporto retirar um comprovante internacional de vacina. É gratuito e basta apresentar a carteira brasileira de vacinação, o atendente imprime o comprovante internacional na hora.  Levou minutos, literalmente.
Eu não me lembro com certeza se na época precisei apresentar este comprovante internacional pra tirar o visto. Acredito que não; se bem me lembro, a carteirinha de vacinação bastou, mas uma vez fora do Brasil é importante ter esse comprovante internacional grampeado ao passaporte.
Outro ponto é que, como eu disse, fui com visto de seis meses e precisei renová-lo para mais seis meses na Austrália. O processo é simples, basta comprovar a renovação de matrícula e realizar o pedido no departamento indicado pela embaixada.

O processo pra conseguir meu visto começou no fim de 2011, então muita coisa pode ter mudado. Consultar a legislação vigente é a melhor coisa a se fazer.


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