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10/09/2014

Já fui para a Alemanha

Berlim
O amor dos viajantes pela Alemanha nos levou de volta para lá! A viajante de hoje nos conta a sua experiência na cidade de Karlsruhe. Bem-vindos (de volta) à Alemanha!

1 - Quem é você?
Meu nome é Alice Lautert, tenho 23 anos e estou no 10° semestre de Arquitetura e Urbanismo.

2 - Porque você viaja?
Neste caso foi por uma oportunidade de intercambio. Quando eu comecei a faculdade eu já sabia que queria viajar. Na época, para curso de Arquitetura, só havia intercâmbios para a América do Sul, então pensei em ir para o Chile, para a Argentina ou para outro país que tivesse vaga. Depois de um tempo surgiu a oportunidade de ir para outros países. Eu já estava estudando alemão há algum tempo, por curiosidade de aprender outra língua além do inglês, mas não tinha planos de fazer um intercâmbio na Alemanha. No entanto a chance de ir para lá veio no momento certo, quando eu realmente queria ter a experiência de morar fora.

Palácio de Karlsruhe - Recebendo visita de amigos de Santa Maria


3 – Qual foi a maior dificuldade que você teve?
Foi com a língua. Eu achava que depois de três ou quatro meses eu já estaria fluente, mas não foi bem assim. No início percebi que estava falando muito inglês, e busquei praticar mais o alemão, mesmo que falasse errado. Quando isso acontecia, os próprios alemães começavam a falar em inglês comigo, mas eu tentava evitar isso e preferia que eles me corrigissem, para que pudesse aprender. Depois de uns oito ou nove meses eu já estava acostumada, e era mais tranquilo para compreender, mas ainda sim tinha algumas dificuldades com aspectos da gramática. Isso me fez perceber como é bom ter uma língua mãe onde você entende tudo o que está sendo dito.

4 – O que você não imaginava que iria encontrar/acontecer na Alemanha?
Não imaginava que teria contato com tantas pessoas diferentes em uma cidade só. É uma cidade universitária e vinham muitas pessoas de fora para trabalhar. Tive contato com pessoas de todos os continentes. Não que eu não imaginasse que isso pudesse acontecer, mas não tinha me dado por conta da dimensão. A Alemanha como um todo tem muitos turcos, chineses, japoneses, coreanos, indianos e africanos. Encontrei muitos latino-americanos também.

Palácio iluminado

5 – E quanto a cultura, teve algo difícil de se acostumar?
Acho que o humor alemão. Eu sou uma pessoa acostumada a conversar, dar risada, fazer piadas, achar graça nas coisas, e eles não são assim. O humor deles é um pouco diferente. Não que eles não sejam divertidos, mas são mais sérios, mais fechados, mais corretos. E também tem a questão da língua, que dificulta que você faça um comentário divertido sobre alguma coisa. Os alemães são inflexíveis para algumas questões. Uma vez precisava adiar uma prova, por exemplo, mas o professor não abria nenhuma exceção. Em outra vez uns amigos foram a uma pizzaria e queriam uma pizza meio a meio, mas eles falaram que isso não existia e não poderia ser feito. São coisas pequenas que eles são inflexíveis a respeito.

6 – Como são as pessoas?
Eles são muito sinceros, muito diretos. Eu adorei isso! Eles te falam o que acham errado sem muito rodeio, não ficam pensando, por exemplo, se vão magoar com o que tem a dizer. Acho que por isso eles até mentem menos, não sei. Eles são muito objetivos, então por isso eles trabalham muito bem.

Parque em Karlsruhe

7 – Você viajou para outros lugares durante o intercâmbio?
Fora da Alemanha eu viajei para a França, Hungria, Suíça, Holanda, Reino Unido, Grécia e Dinamarca. Dentro da Alemanha fui três vezes para Berlim, que fica oito horas de ônibus da cidade onde eu morava, Karlsruhe, e ainda assim não consegui ver tudo. É uma cidade realmente incrível, multicultural e tem muita coisa para oferecer. Cada vez que você vai descobre alguma coisa diferente. Tem alguns pontos turísticos “obrigatórios”, mas vale a pena pelo dia a dia, pela questão artística e cultural. Foi um dos lugares que eu mais gostei. Ainda dentro da Alemanha fui para Munique e Hamburgo, que são cidades maiores, e para algumas cidades pequenas. A uma destas cidades, Rothenburg, eu fui na época do carnaval da Alemanha. Eu dividia o apartamento com outras três pessoas, e um dos meninos era alemão e me convidou para assistir ao desfile de carnaval na cidade dele e para desfilar junto. Em cidades pequenas isso é muito legal porque é muito familiar, os grupos que desfilam são formados pelas famílias, vizinhos e amigos. E era um evento grande, com mais ou menos sessenta grupos desfilando, cada um com uma temática diferente. Eles tocavam aquelas músicas típicas alemãs e, durante o desfile, distribuíamos doces para as crianças e pintávamos o rosto das pessoas que estavam assistindo. Acho que foi o carnaval mais legal que eu passei na minha vida!

Carnaval em Rothenburg

8 - Karlsruhe é um lugar fácil para quem não conhece se achar?
Sim, é muito fácil. Tem um palácio (que hoje é um museu) no meio da cidade, e dali saem várias ruas radiais. A universidade é perto deste círculo. Você consegue ir para qualquer lugar de bicicleta mais rápido que usando o transporte público. Hoje estão tendo muitas obras lá para a implantação de um metrô no centro, então só é preciso se informar sobre que caminhos podem ser percorridos, mas é muito fácil para se locomover.

9 - Você teve alguma surpresa em relação ao país?
Para mim que sou evangélica foi uma surpresa achar tantas igrejas evangélicas lá, imaginava encontrar bem menos. Mas elas são um pouco diferentes das daqui. Digamos que a “maldade brasileira” não chegou lá. Na minha cidade tinha bastante jovens, por ser universitária, mas ainda assim tinha muita gente mais velha que frequentava estas igrejas, principalmente tocando. Um dia tinha uma senhora de uns 50 anos tocando bateria! Achei muito legal. Uma coisa que se confirmou quando cheguei lá foi que os alemães comem muita batata e bebem muita cerveja!

Bicicletas em Karlsruhe

10 – Você tem alguma sugestão de livros ou filmes para indicar para quem planeja viajar para a Alemanha?
Tem um livro que uma professora minha de lá recomendou, é “Um brasileiro em Berlim”, do João Ubaldo Ribeiro.

11 – Você tem algum blog para quem quiser ler mais sobre a sua viagem?



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