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25/09/2014

Já fui para a Itália


A viajante de hoje chegou há pouquinho tempo em Roma, onde vai morar por um ano, e contou para a Já fui as suas primeiras impressões! Bem-vindos (de volta) à Itália!


1) Quem é você?
Andressa Recchi, 23 anos. Sou estudante de Arquitetura e Urbanismo na UFSM e atualmente estudo na universidade La Sapienza, em Roma.

2) Porque você escolheu a Itália?
Eu já estudava italiano (e achava que parlava alguma coisa) e também por ter cidadania italiana. Além disso, Roma é referência em questão de arquitetura e restauro.

3) Por que você viaja?
Por prazer, por estudo, por curiosidade... e as vezes por burrice! (Risos) A gente sempre se enfia numas burradas como perder a mala, fazer uma escala com um intervalo muito pequeno entre um voo e outro...


4) Qual foi a maior dificuldade que você teve?
Passar uma semana sem minhas malas. Acreditamos que a companhia aérea perdeu nossas bagagens por causa da escala pequena... no final das contas, tivemos uma escala de apenas 30 minutos em Portugal, foi uma correria enorme. E só pegamos o voo porque ele atrasou 15 minutos. Precisei comprar roupas e lidar com a angústia de não saber pra quem reclamar. Antes de sair do aeroporto a gente registrou que a bagagem não tinha chegado e eles falaram que entregariam em casa. Entrei em contato com o seguro, mas já tinha passado as 36h que eles pedem, então perdi os 200 dólares de reembolso. Aí uns 3 ou 4 dias depois chegou uma mala aqui que não era a minha! Perdi duas malas enormes vermelhas, me entregaram uma marrom (ou cinza, nem sei que cor era direito). Aí entrei em contato com a companhia aérea e no dia seguinte fomos pro aeroporto, onde depois de entrar na sala com 200 malas perdidas achamos as nossas (os guris acharam as deles, eu só achei uma minha). A que achei já levei para casa, senão iam demorar três anos pra entregar. E a mala chegou destruída. Eu fiz uma espécie de B.O. da mala antes de sair e eles falaram que iam substituir, mas nada até então. Daqui a pouco já fecha um mês que cheguei em Roma. Em relação à reposição do dinheiro pela semana q fiquei sem roupa/artigos de higiene, mandei email para onde eles indicaram, depois de anos a pessoa respondeu que como saímos do Brasil, tínhamos que entrar em contato com o fale conosco do Brasil. Tem muitas formalidade e ninguém responde direto a nada, ninguém sabe dar uma informação completa... é um quebra-cabeça com dezenas de pessoas, o que torna o processo mais complicado. Então eu sugiro que qualquer coisa que acontecer, por mínima que seja, avise o seguro o quanto antes.

 5) O que você mais gostou até agora?
O campus daqui é lindo, feito nos padrões máximos da arquitetura em relação à conforto, ventilação, pensamento sustentável... tem coisas que realmente é padrão Europa mesmo na Itália! (Risos) Embora seja muito longe de qualquer urbanidade. No dia em que perdemos a mala, não tínhamos um número de celular ainda, então o moço disse que a gente tinha que ir até Roma pra telefonar! (Risos) Adorei a moradia estudantil. Embora seja paga, diferente do Brasil, as construções são pensadas para as pessoas que vão morar aqui, não é um amontoamento de gente como aí. Fora que a cidade é linda quando dá pra conhecer... até se perder aqui é interessante porque você vira na rua errada e dá de cara com algum monumento/construção que não esperava. É uma cidade relativamente tranquila, mas é preciso tomar cuidado com os gatunos.


6) O que você não imaginava que iria encontrar/acontecer na Itália?
Bom, em relação à higiene, a gente ganha e muito deles. Fui na balada e o cara que recebia o dinheiro era o que fazia a caipirinha... e quebrava o gelo com a mão, a mesma que recebeu o dinheiro. Nos restaurantes não tem uma pessoa pra receber e outra para mandar os lanches, é tudo a mesma pessoa.

7) E quanto à cultura, está sendo difícil de se acostumar?
Aqui faz tanta falta o feijão quanto a educação! Ninguém aqui segue fila. Fui tirar meus documentos daqui e no primeiro dia tinha uma pilha de senhas feitas à mão abandonadas em um banco aleatório. No segundo dia não tinha isso, cada dia funciona de um jeito. As pessoas são grossas também, muitas vezes por verem que você é estrangeiro e não consegue argumentar de volta. Eles não têm um meio termo.


8) Tem mais alguma coisa que tu possa falar sobre as pessoas?
Quando elas são simpáticas, realmente são queridas. Outro dia o motorista do ônibus nos mostrar no mapa onde a gente tinha que descer e pra onde a gente tinha que andar pra chegar em casa. Mas quando dão pra ser grossos... nem vale a pena discutir!! (Risos)

9) Tu já viajou para outros lugares dentro da Itália? Alguma sugestão? Tem algum passeio que já te indicaram e que tu pretende fazer?
Viajei com dois amigos pra Sabaudia, uma praia daqui, na área de Torre Paola. É muito linda e a água é limpinha. Quero ir pra Veneza e depois explorar mais a Europa, quando os preços estiverem mais baixos.

Tem alguma época considerada a melhor para se viajar aí?
Ouvi dizer que agora está tudo caro porque é período de férias de verão. Daqui a pouco os preços baixam bastante.


10) Roma é um lugar fácil para quem não conhece se achar?
Não! (Risos) Se você fica só no centro e vem com pacote comprado talvez seja. Mas dependendo de onde você está, fica difícil pra entender como funciona o sistema doido de ônibus que dá várias voltas. Mas depois de um tempo você determina alguns pontos de referência e entende.

11) Você teve alguma surpresa em relação ao país? Algo que você sempre achou que fosse de um jeito e quando chegou aí viu que era de outro?
Eu tentei vir pra cá sem expectativas. Me falaram pra assistir ao filme “Para Roma com Amor”, disseram pra ler “Comer, rezar e amar”... não fiz nada disso. Quis descobrir por mim mesma pra não me decepcionar.


12) E quais são as tuas expectativas para este ano que tu vai morar aí?
Estou com muita saudade de casa, então espero que passe rápido! (Risos) Falando sério, espero que possa aprender bastante, para voltar pra minha cidade com outra cabeça, mais madura, mais independente. Espero que profissionalmente faça diferença, e que eu possa participar de algum projeto de pesquisa e fazer alguma coisa já visando o mestrado.


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